FELICIDADE EM HORÁRIO COMERCIAL

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Prazer, dedicação, recompensa. Trabalho precisa ser um pouco de tudo isso. Essa relação tem muito a ver com sua postura de vida. Mesmo quando o cenário ao redor não é favorável, algumas escolhas que você faz podem ser a diferença entre estagnar ou crescer. Aqui, psicólogos, especialistas em gestão de pessoas e até um monge beneditino mostram como carreira rima, sim, com realização.

Texto • Tatiana Bonumá
Reportagem Fotográfica • Joel Mendes
Fotos • Marcos Antônio

Passamos cada vez mais tempo no trabalho. Mesmo assim, a cada hora surgem mais tarefas, com prazos curtos e exigências complexas. Ops... Não era esse o combinado! Com tanta tecnologia disponível – internet, celular e mais aparatos –, o esperado era economizar tempo e energia. Não foi o que aconteceu. A hora continua tendo 60 minutos, mas a expectativa do que se pode fazer nesse período subiu muito. O resultado é a frustração no fim do dia, quando você desliga o computador com a impressão de que não deu conta do recado. Isso se tornou tão comum que estudos se multiplicam sobre o assunto em busca de uma resposta de como combinar trabalho e satisfação. Uma dessas pesquisas foi feita pela psicóloga mineira Betania Tanure. O estudo, com 1,1 mil executivos brasileiros, mostrou que 84% dos entrevistados afirmam ser infelizes na carreira. A justificativa vem do excesso de competitividade, do alto nível de estresse e, conseqüentemente, do pouco tempo disponível para cuidar do que deveria estar no topo da lista de prioridades: a vida pessoal. Mas, veja só, 16% se declaram felizes. Como conseguiram chegar a esse patamar de equilíbrio entre carreira e vida pessoal?

“Eles desenvolveram um bom grau de autoconhecimento, o que permite identificar o que lhes proporciona prazer. Sabem estabelecer prioridades e dizer não”, enumera Betania.

A psicóloga Ana Maria Rossi, da Isma-BR, uma as sociação que estuda o estresse, também avaliou quais são as características de quem se considera satisfeito. São elas: auto-estima elevada, otimismo e se sentir no controle da própria trajetória. “A felicidade no trabalho está vinculada com conquistas pessoais relacionadas à postura de vida. Quem se sen te por baixo vê os conflitos como ameaças e não como oportunidades para crescer. O otimismo diminui o me do do fracasso e dá coragem de tentar, sem se intimidar frente às adversidades”, explica. Ela cita que pro fissionais felizes são pessoas con fi antes e com autonomia no trabalho.

A parte que cabe a cada um
As companhias nunca estiveram tão preocupadas com o bem-estar de seus empregados. Isso porque quem está de mal rende menos e falta mais. Há quem ofereça aulas de ioga, horário de trabalho fl exível etc. A empresa americana Google, por exemplo, foi eleita recentemente como a melhor companhia para trabalhar pela revista Fortune. Seus funcionários têm, entre outros benefícios, 20% do tempo, durante o expediente, para investir em projetos pessoais. Outro exemplo é o da fábrica Masa da Amazônia, em Manaus, que produz componentes plásticos. A indústria foi eleita por dois anos a melhor empresa para se trabalhar por um guia especial das revistas Você S/A e Exame. De acordo com Kellenn Osmidio Albuquerque, da área de gestão de pessoas, um dos programas que favoreceram essa conquista foi o Projeto Criatividade, proposto para incentivar as idéias que melhoram a vida na empresa. As melhores sugestões são premiadas e colocadas em prática. Ao ver uma idéia sua sendo aplicada, o funcionário se sente reconhecido e fazendo parte do sucesso.

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